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Decreto estadual prejudica eventos no Paraná

Atualizado: 1 de fev. de 2021

Setor amarga prejuízo e pede igualdade nos decretos do Governo do Estado


2020 foi marcado por salas de reuniões e espaços para eventos vazios

Desde o início da pandemia de Covid-19 no Brasil, os eventos foram paralisados, cancelados ou mesmo adiados, o que afetou a categoria de uma maneira imensurável, gerando um efeito cascata em todo o setor.


E, desde março, no Paraná, os eventos estão impedidos de acontecer, tudo através de decretos do Governo do Estado, o que vem gerando preocupação e prejuízos para empresários, como apontam as entidades representantes do setor, como a Associação Brasileira de Eventos no Paraná (Abeoc-PR) e os Convention & Visitors Bureaux.


E parece que em 2021 não será diferente, pois no dia 7 o Governo do Estado publicou no Diário Oficial um novo decreto proibindo atividades com mais de 25 pessoas até o fim de janeiro.


Para Fabio Skraba, presidente da Abeoc PR, a ação vai continuar prejudicando empresas e pessoas. “Com a impossibilidade de realizar congressos técnicos, científicos, feiras técnicas ou de varejo e corporativos pelo atual decreto do Governo do Estado do Paraná, amplia a angústia deste setor e causa um efeito negativo econômico em cadeia nas atividades características do turismo”.


Skraba ainda cita o efeito cascata da paralisação de grandes acontecimentos com impacto em mais de 500 setores, como hotéis, fornecedores de iluminação e som, transportes, bares, restaurantes e outros.


A mesma preocupação divide os Convention & Visitors Bureaux do Paraná, responsáveis por captar e fomentar atividades. Segundo dados das entidades, os prejuízos são enormes e eventos com realização neste ano correm o risco de serem cancelados pelas restrições a grandes acontecimentos impostas pelo Governo do Estado.


Somente em Curitiba, cerca 80 eventos foram cancelados no ano passado, somando 488 mil participantes que deixaram de estar na capital, o que gerou um prejuízo de R$165 mi ao turismo local.


Em Ponta Grossa, mais de 15 atividades foram canceladas, o que gerou prejuízo de mais de R$300 milhões somando todos os grandes eventos com pessoas de diversas partes do Brasil, como a Agroleite e a Feira Paraná.


De acordo com pesquisa da entidade, feita em maio, a maioria das empresas organizadoras de eventos de Ponta Grossa tiveram prejuízo entre R$30 e R$50 mil com as atividades canceladas ou adiadas entre março e abril, deixando de contratar cerca de 20 fornecedores.


No norte do Paraná, os prejuízos são semelhantes. Segundo o Londrina Convention, em 2019 o setor faturou cerca de R$157 mi com pequenos e médios eventos, gerando cerca de 3.500 empregos diretos e indiretos. Já a Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina (ExpoLondrina), soma 8 mil contratos e movimenta mais de R$600 milhões em apenas uma única edição.


Além disso, em uma pesquisa recente promovida pela entidade, há queda na receita das empresas do setor variando entre 70% e 100%. Além disso, a 60ª ExpoLondrina, marcada para abril do ano passado foi adiada para 2021.

Em Cascavel, o cenário também preocupa. Na cidade há cerca de R$300 milhões em prejuízos entre feiras e eventos menores cancelados ou adiados.


Entre os grandes eventos cancelados em 2020 no Paraná estão: ExpoLondrina, Expo Ingá, Smart City, Mercosuper, Agroleite, Congresso de Cardiologia, Feira Paraná, Expofrísia, Expoleite entre outros. Em 2021 já há o adiamento do Show Rural marcado para acontecer entre os dias 22 e 26 de março.




Infográfico Ascom PGCG CVB através do Flourish

CVBx discutem decretos

No dia 6, representantes dos Convention & Visitors Bureau se reuniram com a Abeoc-PR para discutir o novo Decreto Nº6.294 proibindo a realização de confraternizações e eventos presenciais com mais de 25 pessoas, excluídas da contagem crianças de até 14 anos, até o fim do mês.


Reunião discutiu ações para reverter os prejuízos que podem acontecer ao setor neste ano

No encontro online, os representantes debaterem as ações do Governo do Estado e lamentaram o formato de anúncio dos decretos, que acontece na quinta-feira, sem aviso prévio e sem ouvir o setor, o que faz atividades programadas serem canceladas ou adiadas sem tempo hábil.


Ainda foi discutido a falta de igualdade na proibição de eventos, onde os representantes pedem compreensão e uma análise apurada sobre os tipos de atividades, pois as empresas de eventos adotaram vários protocolos de prevenção ao Covid-19, como espaçamento entre cadeiras e mesas, controle das pessoas com cadastrado, aferição de temperatura e outros.


Em busca de uma maior representação nas tomadas de decisão do Governo do Estado em relação aos novos decretos, também ficou decidido que os representantes das entidades agendarão um encontro com o governador, Carlos Massa - Ratinho Júnior, solicitando autonomia às cidades em relação a como acontecerão os eventos.

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