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Clipes potencializam música autoral em PG

O ano de 2019 começou com tudo para o mercado musical em Ponta Grossa, seja com a expectativa de lançamento de álbuns ou pela produção de videoclipes, alguns deles já disponíveis para o público. Aliás, os clipes têm se mostrado um dos principais aliados dos músicos ponta-grossenses para a divulgação e disseminação do trabalho autoral – só na última semana foram lançados quatro deles.

De acordo com a produtora cultural Elisângela Schmidt, da Luneta Experiências Culturais, o mercado da música vem crescendo ano a ano em todo o mundo, e este crescimento é acompanhado pelo setor em Ponta Grossa. “A organização BM&A [Brasil Música & Artes], por exemplo, estima que até 2023 seja produzido o equivalente a 1 bilhão de dólares por ano com negócios relacionados à música no país. E uma das vertentes dessa movimentação são, justamente, os videoclipes. Os músicos ponta-grossenses estão percebendo cada vez mais a importância deste material para alavancar a carreira”, conta a produtora, que realiza consultoria e assessoria para artistas em Ponta Grossa.

Muito populares na televisão a partir da década de 1980 (graças à MTV), os clipes tornaram-se um gênero completo nos anos 2000 (graças à internet): hoje, representam mais da metade da demanda mundial de streaming - em tempo de duração. O ‘bluesman’ Alexandre Mello é um dos adeptos da produção de materiais audiovisuais. “Desde que comecei a produzir música autoral optei pela veiculação com o vídeo, pois causa maior interação com o público. As redes sociais estão cheias de informações e uma simples foto ou áudio não tem o mesmo efeito de um videoclipe. Todos os meus trabalhos lançados foram singles com videoclipe, e dentro da minha realidade obtiveram bons resultados”, diz o músico ponta-grossense, que prepara para breve o lançamento do single e clipe ‘Meia Noite’.

Em fevereiro, iniciou o projeto U Will Be Free Session, que consiste no lançamento de três videoclipes com rappers de Ponta Grossa. Os materiais foram produzidos pelo canal Lado Sujo da Frequência (LSF), de São Paulo, um dos mais respeitados da cena do rap nacional. “Os produtores passaram um final de semana inteiro aqui na cidade e gravaram vários clipes.

Foram 15 MCs, e todos eles compondo, fazendo música em conjunto”, conta o rapper Souz, um dos integrantes do coletivo. O primeiro clipe (‘Valores’) já está disponível no YouTube, e os próximos estão programados para serem lançados no final de março e final de abril. Além disso, Souz integra o coletivo Salve Salve Mic On, que lançou, no dia 13 de março, o clipe de ‘A Rua Ensina a Viver’. Segundo ele, a música está passando por uma transformação. “A gente vive a era das playlists, então você precisa sempre estar com material novo pra ter relevância e engajamento do público”, afirma.

Quem aprendeu muito bem sobre a necessidade de ter conteúdos periódicos foi a banda Cadillac Dinossauros, a principal representante do rock ponta-grossense no mercado nacional atualmente. Na última sexta-feira, 15 de março, eles lançaram o clipe da música ‘Fim’, que encerra o trabalho do álbum ‘Pretobranco’. Com produção e roteiros cinematográficos, o filme retrata e homenageia a rotina dos catadores de recicláveis. “Tão importante quanto o som da banda é também a imagem da banda. Através de clipes você pode mostrar mais do que a banda é, o que a banda pensa, como a banda vê o mundo ou sua própria música. Você também pode brincar com o imaginário dos fãs, contar histórias, apresentar diferentes narrativas que sua música pode oferecer”, destaca Billy Joy, baterista e produtor da banda.

Dicas

Uma dica importante, segundo Billy, é não ter limites de imaginação. “É preciso buscar sempre quebrar padrões e se superar, mas tudo isso, claro, tendo boas referências e bons estudos aliado a uma originalidade. Os clipes têm de condizer com a ‘pegada’ da banda. O processo é bem trabalhoso, por isso cada clipe é uma vitória. Hoje em dia temos muitos recursos para fazer um bom material com pouco dinheiro, basta ter criatividade e motivar as pessoas que trabalham contigo a acreditarem no projeto”, enfatiza o músico. Exemplos de produções independentes são a cantora MUM, que lançou, no dia 12 de março, o clipe da versão demo de ‘Carcaça’, criado e dirigido por ela mesmo; e a banda Índigo, que já possui diversos clipes e publicou (em 17/03) o lyric vídeo do single ‘Vai Vendo’.

Para Elisângela Schmidt, um bom videoclipe é aquele que consegue mostrar a identidade da banda em pouco tempo. “Muitos editais têm como requisito o envio de material através de vídeo, muitas vezes de um show inteiro, outros apenas uma música, e é nesse momento que a banda precisa apresentar seu melhor trabalho, com ideias inovadoras e que revelem as principais características da banda”, sugere a produtora da Luneta Experiências Culturais.

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