Pesquisa realizada pelo Ibram mostra que os Campos Gerais abriga um dos museus mais visitados na região Sul
O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) divulgou o formulário de visitação anual referente ao número de visitas em instituições museais brasileiras no ano de 2016 e o Parque Histórico de Carambeí, maior museu histórico a céu aberto do Brasil, figura entre os cinco museus mais visitados da região Sul. O complexo Parque Histórico, inaugurado em 2011, se consolidou como o principal atrativo dos Campos Gerais e atualmente ocupa o segundo lugar no ranking dos museus mais visitados do Paraná.
Para Nádia Terumi Joboji, turismóloga e gestora de projetos do Sebrae Ponta Grossa, o fato de o Parque Histórico de Carambeí compor o ranking dos cem museus mais visitados no Brasil e ser o segundo mais visitado no Estado é uma conquista para os Campos Gerais.
“O Parque Histórico de Carambeí é um dos atrativos construídos mais ousados e visionários da região dos Campos Gerais e do Paraná. Com pouco tempo de existência já se tornou o mais visitado dos Campos Gerais e está entre os 100 museus mais visitados do Brasil. Isso é motivo de muito orgulho para todos nós, ter esse grandioso ícone, que além de homenagear a cultura, com esse compromisso de preservação da memória dos imigrantes que se estabeleceram em Carambeí, promovem e divulgam esse rico patrimônio de forma empreendedora, fazendo com que os visitantes tenham a oportunidade de vivenciar e fazer uma imersão dessa história fantástica. Considero um atrativo completo, que além de toda essa riqueza, podemos degustar da culinária holandesa e indonésia e também prestigiar o projeto cultural de inserção da comunidade e parcerias que promovem o desenvolvimento social e sustentável”.
O presidente da Associação Parque Histórico de Carambeí (APHC) e um dos idealizadores do museu, Dick Carlos de Geus, conta que incialmente o projeto teve como objetivo preservar a memória dos imigrantes holandeses e que não imaginou que em pouco tempo o Parque estaria entre os museus mais visitados do Sul do país.
“Em apenas seis anos superamos as expectativas e hoje o Parque Histórico é consolidado, respeitado e uma referência no meio museal. Sinto muito orgulho do trabalho realizado por toda a equipe da instituição e dos voluntários que se dedicaram e se dedicam para tornar este feito uma realidade. Aproveito a oportunidade para novamente agradecer o apoio dos patrocinadores que nos ajudam a manter esse espaço”, anima-se o presidente.
Felipe Pedroso, historiador e coordenador cultural da APHC, explica o processo pelo qual o Parque passou para em menos de 10 anos de existência estar entre os mais visitados. “Isso se deu por meio de uma meta e um objetivo claramente definido e traçado com a reestruturação da equipe do museu, em 2014, de modo que a partir disto passou a existir um planejamento museológico organizacional e estratégico. Houve foco na imagem institucional e aplicação de branding do Parque Histórico como museu. Também centramos nossos esforços no aperfeiçoamento técnico de uma equipe multidisciplinar em constante aprimoramento, e consequentemente obtivemos o reconhecimento do público que vem de diversos lugares do Brasil e até mesmo de outros países para nos visitar”.
Os museus tem se tornado cada vez mais uma opção de lazer para o brasileiro, e é possível observar nos gráficos apresentados pelo Ibram que gradativamente tem mostrado o aumento no número de visitantes nas instituições museais do país. Isto explica as 28,7 milhões de visitas distribuídas entre os 920 museus brasileiros que participaram da pesquisa, relacionada ao ano de 2016.
Hoje é possível desmistificar a imagem de que museus são apenas guardiões de objetos velhos e empoeirados. “Uma estratégia que adotamos foi a de formação de uma agenda cultural para a região, além das constantes exposições de curta duração, o calendário do museu, que tem como base conceitual a preservação histórica, conta com festividades de pequeno porte a mega eventos. Abrindo o museu pra esse tipo de promoção conseguimos atrair o interesse do púbico que não costuma visitar museus, isto nos permite mostrar que os museus têm vida e as atividades culturais tornam esse espaço dinâmico”, relata Felipe.
Froukje de Jong Bueno, gerente da APHC, afirma que foi um conjunto de ações que tornaram possível o crescimento de número de visitantes do museu. “Aumentamos a equipe técnica do museu, em conjunto estamos em constante busca pela excelência no atendimento, isto permite que os visitantes retornem e recomendem o Parque para outras pessoas. A divulgação que hoje trabalha com planejamento, a aproximação da comunidade escolar, a realização de eventos culturais e as políticas de gratuidade e acessibilidade que adotamos nos últimos anos, são fatores que contribuem para esse crescimento”.
A política de democratização de acesso com entrada gratuita e valores reduzidos também favoreceram para essa posição expressiva no ranking dos museus mais visitados, conta Leandro Marcondes coordenador de mediação da instituição. “Sem dúvidas a gratuidade nas entradas de toda quarta-feira é um grande incentivo para o público que já conhece a instituição. O nosso diferencial é ser um museu a céu aberto que une uma extensa área de jardins e construções arquitetônicas, o que permite uma imersão cultural no turismo de experiência: vivenciar a história dos imigrantes de Carambeí por meio das reproduções do cotidiano”.
A turismóloga Nádia, complementa dizendo que a conquista do museu se deu por conta da equipe. “O segredo desse sucesso é fruto de muita dedicação e trabalho de todos os profissionais que trabalham para que o Parque seja um modelo de referência para o Brasil e mundo.”