Um pedaço importante da história de Tibagi foi retratado no documentário “Guarda-te lá, que aqui bem fico”, de Maurício Martins Pereira, lançado oficialmente na noite do último sábado (31) com exibição especial no Teatro Tia Inália. O evento também contou com uma exposição da fotógrafa Daniely Pereira, “Guartelá – Um Olhar Guartelhano” e uma prévia do livro com imagens que mostram a essência da localidade.
Centenas de pessoas prestigiaram o evento, entre autoridades, comunidade e personagens que fizeram parte da produção. A vice-prefeita Helynez Ribas representou o executivo e destacou a importância do filme para Tibagi. “Estão de parabéns pelo trabalho que fizeram. Pela belíssima história de cultura, de conhecimento que repassaram nesse documentário. É um presente para Tibagi que vai permanecer na história da nossa cidade. É sem dúvida um registro histórico de grande importância”, opinou a vice-prefeita.
O escritor e pesquisador, Maurício Chizini, considera filme uma expressão pura da cultura do guartelhano. “O filme é muito bom. Ele expressou realmente o que o Guartelá tem de valores. As entrevistas com os moradores, o costume, questão da tradição, das pinturas rupestres, dos indígenas que passaram por lá, os tupis guaranis, da colonização, quando os portugueses vieram para região. Então mostrou que a cultura do guartelhano tem que ser preservada. Trazer isso para o povo, mostrar que o Guartelá não é só pedra, tem toda uma tradição que está sendo preservada neste filme. A cultura de Tibagi só tem a ganhar com esse trabalho”, salientou Chizini.
Bento Eliseo Aleixo, policial militar e guartelhano, que participou da produção, acredita que o filme conseguiu mostrar de forma original a cultura da comunidade. “É uma emoção muito grande. É um registro muito maior na história daquilo que acaba ficando somente na memória das pessoas e com o tempo isso vai ser perdendo. Com a realização do filme a gente garante a perenidade da nossa cultura”, analisou.
Para Doralice Martins, mãe de Maurício e uma das personagens do filme, a emoção foi grande ao ver o resultado do trabalho do filho. “Para mim, como mãe, foi maravilhoso, ainda mais que eu participei como entrevistada. É um registro para a cidade, para os alunos. Isso é conhecimento, pode ser usado como material de estudo. Com certeza deve ser aproveitado pelas escolas”, avaliou Dora.
A produção
Para o idealizador do projeto, Maurício Pereira, o fato ser um guartelhano e toda e imensidão cultural e natural do lugar, foram decisivas para que o tema de seu trabalho de conclusão de curso fosse o bairro de Tibagi e seus atrativos. “O documentário busca resgatar e valorizar a formação Cânion Guartelá. É o maior cânion do Brasil, é o sexto maior do mundo, foi formado a 133 milhões de anos atrás e tem um valor cultural, histórico, geológico incalculável. O documentário busca ressaltar isso. Além disso criou-se uma cultura própria dentro do cânion. Os guartelhanos, o povo que vive lá, tem um jeito próprio de viver, um jeito único de fazer. O filme contextualiza tudo isso”, explicou.
O filme já ganhou dois prêmios no Festival de Cinema Tainha Dourada, de Melhor Documentário e melhor direção de Fotografia. “A ideia é inscrever em mais festivais e divulgar o máximo possível. Estamos em contato com a Prefeitura, para que a gente possa passar o esse filme nas escolas. É a primeira vez que tem um olhar guartelhano. É justamente esse diferencial que a gente quer trazer”, planejou.
Além do filme de Maurício, uma produção de ficção (O Azul do Céu) e outra de aventura (Arqueo Trekking) também foram exibidas para a plateia. A expectativa é que mais uma exibição do documentário seja realizada em breve.